Considerado por muitos apenas gerador de calor e energia elétrica através da feição bruta em termelétricas, o Carvão Mineral, abundante na região sul do Brasil, vem há anos ganhando notoriedade de outra forma em países com alta demanda energética, como Estados Unidos, Canadá e Alemanha, através da utilização do gás metano gerado em suas camadas (cleats), o Coalbed Methane.
Diferente dos reservatórios de gás
convencionais, o Carvão funciona como Rocha Geradora, Rocha Carreadora,
Rocha Reservatório e Trapa, ou seja, o leito de Carvão mineral se
apresenta como sistema petrolífero para o aporte desta importante matriz
energética, que com a demanda energética crescente, principalmente em
países europeus e asiáticos, vem ganhando espaço em importantes centros
de pesquisas mundiais.
Para entendermos um pouco sobre o CBM,
necessitamos saber mais sobre a geração do Carvão, que difere bastante
da geração dos Hidrcarbonetos de petróleo. Desde a matéria orgânica mais
úmica ou sapropélica (Tipo 3), em detrimento da algálica (Tipo 1),
profundidade, temperatura de maturação até condições de reservatório os
carvões possuem sua forma peculiar de formação.
O CBM é gerado de um conjunto de
modificações de camadas de carvão soterradas, a consideráveis
profundidades (mais de 400 metros em muitos casos) sob influência de
altas pressões que lhe ocasionam a sequência Stress e Strain, além
de serem alimentadas com o tempo por altas temperaturas. A capacidade
de geração de CBM está diretamente relacionada com aplicação de tensões
normais e de cisalhamentos impostas pelo arranjo estrutural que fazem
com que a camada de carvão, até o momento maciça e praticamente
impermeável, ganhe fraturas (cleats) que lhes garantem uma permeabilidade secundária.
Com a geração de fraturas, em um
ambiente submetido a altas temperaturas de rochas ditas “quentes” ao sua
volta (fonte magmática ou simplesmente devido as altas profundidades), o
carvão começa a ser modificado em seu arranjo estrutural, que
dependendo da sua composição inicial (fonte orgânica) e da temperatura
ali aplicada, pode fazer com que o mesmo perca frações voláteis do seu
arranjo original, principalmente metano, dando origem a possíveis
reservas explotáveis de Coalbed Methane.
Porém, formas precisas de dimensionar as
reservas, que como já se sabe são enormes, produção entre outras partes
da exploração do CBM, são temas interessantes de serem analisados, para
isto, buscaremos a seguir, em novas publicações, exemplificar outras
fases da análise de Coalbed Methane do ponto de vista geológico, da
engenharia e da economicidade da sua explotação.
Fonte: http://tecpetro.com
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