Estado tinha 68,4% da produção de petróleo e
34,8% de gás natural, no ano.
São Paulo tinha 39% da capacidade de refino de todo o Brasil; Rio, 10,9%.
Campos de produção de petróleo (Foto: Reprodução / IBGE)
|
O Rio de Janeiro era o maior produtor de
petróleo do país em 2014 com 68,4% do total produzido no país, mostrou a
pesquisa Logística de Energia 2015 – Redes e Fluxos, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE),
divulgada nesta quinta-feira (23). Esse percentual é quatro vezes maior do que
o observado no segundo colocado, o Espírito Santo (16,3%), no mesmo ano.
São Paulo era o terceiro maior produtor no
período, com 7,2%. Ainda de acordo com o IBGE, os outros estados produtores
somados concentravam 8,1% do total de petróleo produzido no Brasil.
O estado do Rio de Janeiro também se destacou na produção de gás natural, com
34,8%, mais do que o dobro do que o Espírito Santo, que ocupa a segunda
colocação extraindo 14,9%. De acordo com o instituto, os estados do Amazonas e
São Paulo detêm “produções significativas” com 14,7% e 13,1%.
“O padrão geográfico é muito determinado
pelas condições técnicas e naturais. Isso tem um lado obvio que só dá para
tirar petróleo onde tem petróleo. Só que no lado da energia elétrica, a
localização da geração também segue as bacias hidrográficas que tem potencial,
tem condições técnicas para acontecer”, analisou o gerente da pesquisa, Marcelo
Mota.
Em relação a 2013, houve um crescimento da
produção de petróleo no estado do Rio de Janeiro de 5,86%, e gás-natural,
10,91%, segundo o Anuário Estatístico Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis 2015, da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
O propósito do levantamento foi mapear os
recursos energéticos do país, utilizando as informações públicas disponíveis pelas
agências para produzir um panorama geográfico da energia, informou Bruno
Dantas, responsável pela pesquisa.
92,5%
do petróleo no mar
A produção de gás, no entanto, era um pouco menos concentrada no mar do que a de petróleo analisou a pesquisa. Eram 73,3% de origem marítima e 26,7% de produção em terra. O pré-sal representava 19,6% do total extraído no país, ou 31,9 bilhões de metros cúbicos.
A produção de gás, no entanto, era um pouco menos concentrada no mar do que a de petróleo analisou a pesquisa. Eram 73,3% de origem marítima e 26,7% de produção em terra. O pré-sal representava 19,6% do total extraído no país, ou 31,9 bilhões de metros cúbicos.
Já o petróleo tinha 92,5% do seu volume
produzido em ambiente marinho e 7,5% no continente.
Em termos absolutos, porém, 841 poços
produtores de petróleo e gás natural estavam situados no mar enquanto 8.263
estavam no continente.
Cresce
pré-sal
O levantamento mostrou o crescimento da participação do pré-sal na produção de
petróleo, que havia chegado a 21,9% em 2014, apesar da descoberta e regulação
da exploração nessa camada ser "relativamente recente".
"Entretanto, esta produção vem
aumentando significativamente nos últimos anos, chegando a 179 milhões de
barris em 2014", ressaltou a pesquisa.
O levantamento mostrou o crescimento da participação do pré-sal na
produção de petróleo, que havia chegado a 21,9% em 2014. (Foto: Reprodução /
IBGE)
|
“Está em crescimento, chegou a 20% da
produção do petróleo e a tendência é de aumentar a participação do petróleo, da
produção”, afirmou o gerente, que acrescentou ainda que a pesquisa observou o
pré-sal “citou a mesma área onde estão as jazidas de petróleo: litoral do Rio
de Janeiro, basicamente. Em termos geográficos, não causa muita diferença. Toda
a estrutura de extração e transporte é basicamente a mesma [da produção de
petróleo total]”.
O Brasil não é autossuficiente na produção de
derivados de petróleo, contudo, conforme mostrou o levantamento. A importação
líquida foi, em média, 47,6 mil metros cúbicos por dia em 2014. O indicador de
dependência externa de petróleo e seus derivados foram de 7% neste ano.
Refinarias
Ainda segundo a pesquisa, a distribuição de refinarias no Brasil era desigual no ano. O Brasil possuía 17 refinarias, sendo que cinco delas estavam no estado de São Paulo, que concentrava 39% da capacidade de refino do país.
Ainda segundo a pesquisa, a distribuição de refinarias no Brasil era desigual no ano. O Brasil possuía 17 refinarias, sendo que cinco delas estavam no estado de São Paulo, que concentrava 39% da capacidade de refino do país.
Os estados da Bahia, Rio de Janeiro e Rio
Grande do Sul possuíam duas refinarias cada um, sendo a capacidade de refino do
país chegando a 16,1%, 10,9% e 9,3%, respectivamente. O Centro-Oeste não possui
refinaria, e o Norte tinha apenas uma, em Manaus, no Amazonas.
Etanol
O levantamento mostrou ainda que São Paulo é o estado (48,2%) com maior capacidade produtiva de etanol, concentrada no interior do estado, onde ocorre a principal área de plantão de cana-de-açúcar do país.
O levantamento mostrou ainda que São Paulo é o estado (48,2%) com maior capacidade produtiva de etanol, concentrada no interior do estado, onde ocorre a principal área de plantão de cana-de-açúcar do país.
Minas Gerais e Goiás concentravam “parte
significativa da produção”, com 10% de participação, informou o IBGE, que
acrescentou ainda que Mato Grosso do Sul detinha 8,3%, enquanto o Paraná, 6,1%,
Mato Grosso, 4,1%, Alagoas, 2,8%, Paraíba, 1,3% e Espírito Santo, 1,2%.
“Uma observação é a localização da matéria
prima. A produção de etanol é muito próxima das áreas produtoras de
cana-de-açúcar e toda a infraestrutura de distribuição vai se localizar no
mercado consumidor, que é o centro sul do país e grandes capitais. Essa
infraestrutura tende a ser mais rarefeita no notes principalmente no Norte no
país e principalmente no Sul”, analisou.
Biodiesel
Ainda de acordo com a pesquisa, o biodiesel é produzido no país predominantemente por meio do óleo de soja, “que contribui para 76,9% do total das matérias-primas utilizadas na produção”. A capacidade de produção mostrava maior expressão nos estados do Rio Grande do Sul (27,3%) e Mato Grosso (23,4%).
Ainda de acordo com a pesquisa, o biodiesel é produzido no país predominantemente por meio do óleo de soja, “que contribui para 76,9% do total das matérias-primas utilizadas na produção”. A capacidade de produção mostrava maior expressão nos estados do Rio Grande do Sul (27,3%) e Mato Grosso (23,4%).
Energia:
eólica cresce 460% em 4 anos
A geração eólica cresceu aproximadamente 460%, de 2010 a 2014, passando de 2.177 para 12.210 Giga watts (GWh) anuais. No entanto, de acordo com a pesquisa do IBGE, “a participação dessa fonte ainda é baixa, representando 2,1% do total da geração.
A geração eólica cresceu aproximadamente 460%, de 2010 a 2014, passando de 2.177 para 12.210 Giga watts (GWh) anuais. No entanto, de acordo com a pesquisa do IBGE, “a participação dessa fonte ainda é baixa, representando 2,1% do total da geração.
Concentram-se principalmente no Nordeste, em
especial no Rio Grande do Norte (31,3%), Ceará (23,4%) e no interior da Bahia
(16,9%).
Já a geração fotovoltaica (energia elétrica a
partir da luz do sol) é apenas residual, participando com menos de 1% do total.
A pesquisa mostrou ainda que a geração de
energia hidráulica correspondeu a 63,2% do total da geração na matriz
energética do país em 2014, com 373.439 Gwh, mostrou o levantamento.
Ainda segundo a pesquisa, em todo território
nacional existem 367 centrais geradoras de hidroelétricas (até 3 Megawatts – MW)
ou 0,2% da geração total, 459 pequenas hidrelétricas em operação (entre 3 a 30
MW), ou 94,9% da potência. Elas estão concentradas nas regiões de integração
eletro energéticas Centro-Oeste/Sudeste e Sul.
“Apesar de ter esse determinante natural, a
logística da energia do país não está separada da estrutura econômica, que são
os consumidores dessa energia. Não só a atividade econômica como também a
distribuição da população”, disse Marcelo Motta.
“Tem o lado da rede distribuição. O sistema
interliga praticamente todo território nacional. Se comparar com os Estados
Unidos, que é território com tamanho semelhante, eles não têm sistema
interligado, têm três sistemas que não se comunicam, e o Brasil já tem um
sistema de nível nacional”, concluiu.
De acordo com ele, os números de linhas de
subestação são maiores no Sudeste e tem área entre Goiás e Tocantins. "Há certo
afunilamento da rede na região que faz intermediação entre Norte e Nordeste, e
Sul e Sudeste. (...) A rede é mais densa no Sudeste do que no restante do
país".
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário